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Associados da Cabesp, a Caixa Beneficente dos Funcionários do Banespa, estão em meio a uma intensa disputa judicial com o Banco Santander, que envolve um fundo de R$ 12 bilhões. A origem do conflito remonta a mudanças estatutárias realizadas pelo banco em 2018, que ampliaram seu controle sobre a entidade, gerando descontentamento entre os associados.

A origem da Cabesp e sua relação com o Banespa

Fundada em 1968, a Cabesp surgiu como uma organização sem fins lucrativos, voltada para a assistência médica de seus associados, aposentados e pensionistas. Durante a existência do Banespa, a associação operou de forma autônoma, sem vínculos jurídicos com o banco estadual.

Em 2000, com a privatização do Banespa, o Santander adquiriu a instituição e, como parte do acordo, tornou-se patrocinador da Cabesp. Essa relação, inicialmente benéfica, começou a se deteriorar com o tempo.

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Mudanças estatutárias e a crise entre os associados

Em 2018, o Santander conduziu uma reforma no estatuto da Cabesp sem a participação dos associados. Essa alteração permitiu ao banco:

  • Indicar dois diretores, incluindo o presidente da entidade.
  • Nomear dois conselheiros fiscais e seus suplentes, mesmo que não fossem associados.
  • Tornar-se herdeiro do fundo em caso de extinção da Cabesp.

Os associados consideram essas mudanças uma ameaça à natureza beneficente da Cabesp e ao direito à saúde de milhares de aposentados e pensionistas.

A recente indicação de Narjara Boldorini

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A situação se agravou em fevereiro de 2025, quando o Santander indicou Narjara Jacqueline Boldorini como suplente do conselho fiscal da Cabesp. A indicação foi contestada, pois Narjara não é associada, o que fere o estatuto original da entidade.

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Os membros da Cabesp reprovaram as contas de 2024 e o orçamento de 2025 em resposta à indicação, levando o Santander a mover uma ação judicial contra os conselheiros, alegando tumulto na assembleia geral.

Reações dos associados e preocupações futuras

Os associados expressam crescente preocupação com a condução da Cabesp sob a influência do Santander. Desde 2018, eles relatam:

  • Reajustes nos planos médicos superiores a 150%.
  • Redução pela metade da rede credenciada de atendimento.
  • Diminuição do diálogo com os representantes do banco.

Diante desse cenário, os associados estão articulando movimentos internos e ações judiciais para reverter a reforma do estatuto de 2018, buscando retomar o controle associativo.

Questões legais e possíveis desdobramentos

Especialistas em direito previdenciário e associativo levantam questões sobre a legalidade da cláusula que torna o Santander herdeiro do fundo. A condução da reforma estatutária e a participação de não associados em conselhos também são pontos de debate.

O desfecho dessa disputa pode ter repercussões significativas, envolvendo direitos coletivos e a proteção de fundos assistenciais, e poderá ser um marco no setor bancário brasileiro.