O Banco do Brasil (BB) e a Caixa Econômica Federal anunciaram a retomada de investimentos publicitários em sites alinhados ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa decisão marca um retorno às práticas anteriores ao impeachment de Dilma Rousseff, que interrompeu a veiculação de anúncios em veículos pró-PT desde 2016.
- Retomada de anúncios: BB e Caixa voltaram a investir em sites como Brasil 247, Opera Mundi e DCM, além da revista Carta Capital e do site GGN.
- Valores investidos: A Caixa gastou R$ 361,6 milhões em publicidade entre janeiro e novembro de 2024, enquanto o Banco do Brasil destinou R$ 595,2 milhões ao longo do ano.
- Critérios de escolha: A escolha dos veículos é feita pela Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República, enquanto os bancos definem os valores a serem alocados.
A publicidade nos sites mencionados começou em julho de 2023 para a Carta Capital e Brasil 247, e em junho de 2024 para os outros três veículos. Essa mudança ocorre após um período de exclusão, onde os bancos não anunciavam em mídias favoráveis ao PT durante os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro.
Contexto histórico
Desde o impeachment de Dilma Rousseff em 2016, a publicidade estatal em veículos alinhados ao PT foi drasticamente reduzida. A volta dos anúncios é vista como uma correção de uma política que, segundo críticos, prejudicou a diversidade de vozes na mídia.
Reações dos veículos de mídia
Os veículos que agora recebem verba publicitária expressaram satisfação com a decisão. O Brasil 247, por exemplo, destacou que os cortes de publicidade nos governos anteriores foram prejudiciais e que a volta dos anúncios é um reconhecimento da importância desses meios de comunicação.
A Carta Capital também afirmou que segue rigorosamente os critérios legais e de transparência estabelecidos para a veiculação de publicidade pública.
Implicações para a comunicação pública
A retomada dos anúncios levanta questões sobre a influência do governo na mídia e a distribuição de verbas publicitárias. A Caixa e o Banco do Brasil afirmaram que a escolha dos veículos é baseada em critérios técnicos, como audiência e performance, mas os detalhes permanecem em sigilo, o que gera preocupações sobre a transparência do processo.
A situação atual reflete um cenário em que a comunicação pública é cada vez mais estratégica e alinhada aos interesses do governo, o que pode impactar a forma como a informação é disseminada e recebida pelo público.