O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu iniciar uma auditoria urgente na Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, após a revelação de um déficit alarmante de R$ 14 bilhões em 2024. O objetivo da auditoria é investigar a gestão do fundo e identificar possíveis irregularidades que possam ter contribuído para essa situação financeira preocupante.
Contexto do déficit
O déficit reportado pela Previ gerou uma onda de preocupações entre os participantes do fundo e especialistas em previdência. O ministro Walton Alencar, do TCU, expressou sua preocupação com a administração do fundo, que, segundo ele, apresenta um desempenho pífio em comparação aos anos anteriores. Em 2023, o resultado foi positivo em R$ 5,6 bilhões, e em 2022, R$ 5 bilhões.
A Previ, por sua vez, defende que o déficit não deve ser confundido com prejuízo e que seus planos de previdência permanecem equilibrados. A entidade afirma que não precisou liquidar ativos para honrar suas obrigações financeiras e que distribui anualmente mais de R$ 16 bilhões em benefícios.
Riscos e preocupações
O TCU identificou riscos significativos para os segurados do Banco do Brasil, destacando que a situação atual pode levar a danos graves para a instituição. O ministro Alencar ressaltou que a gestão do fundo parece estar enfrentando sérios problemas, o que justifica a necessidade de uma auditoria detalhada.
Além disso, a auditoria busca avaliar a governança da Previ e a possibilidade de interferência política na gestão do fundo, um problema histórico que frequentemente resulta em corrupção e má administração.
Reações e implicações
A decisão do TCU gerou reações diversas. A Abrapp, que representa as fundações de previdência, criticou as declarações do TCU, defendendo a robustez e a governança do sistema de previdência complementar no Brasil. Por outro lado, analistas financeiros e especialistas em previdência destacam a importância da transparência e da responsabilidade na gestão dos fundos de pensão, especialmente em tempos de juros altos.
A situação da Previ levanta questões sobre a sustentabilidade dos fundos de pensão estatais e a necessidade de uma supervisão mais rigorosa para evitar problemas semelhantes no futuro. A auditoria do TCU será um passo crucial para esclarecer as causas do déficit e garantir a proteção dos interesses dos segurados.