A Caixa Econômica Federal está enfrentando um superaquecimento na demanda por crédito imobiliário em 2024, com apenas 15% do orçamento anual restante para financiamentos. O aumento da liquidez das famílias e a redução do desemprego são fatores que impulsionam essa demanda.

Principais pontos

  • A Caixa iniciou 2024 com um orçamento de R$ 75 bilhões para crédito imobiliário, dos quais R$ 63,5 bilhões já foram utilizados até setembro.
  • A mudança nas regras de concessão inclui a redução do valor máximo de crédito para imóveis pelo SBPE para propriedades de até R$ 1,5 milhão.
  • A nova regra limita os clientes a um único financiamento ativo com o banco.
  • A Caixa estuda uma nova linha de crédito pelo SFI para atender o público afetado pelas mudanças.

Contexto do superaquecimento

O vice-presidente de Finanças e Controladoria da Caixa, Marcos Brasiliano Rosa, destacou que 2024 foi um ano inesperado, com a injeção de recursos provenientes do pagamento de precatórios e a melhora nas condições de emprego e renda. Essa combinação resultou em um aumento significativo na busca por crédito imobiliário.

Mudanças nas regras de concessão

Com a escassez de recursos, a Caixa anunciou mudanças nas regras de concessão de crédito. As novas diretrizes incluem:

  • Redução do valor máximo de crédito: O limite para imóveis pelo SBPE foi fixado em R$ 1,5 milhão.
  • Limitação de financiamentos: Os clientes poderão ter apenas um financiamento ativo com a Caixa.
  • Novas linhas de crédito: A instituição está considerando uma nova linha de financiamento pelo SFI, que permitirá taxas de juros de mercado.

Essas alterações entrarão em vigor a partir de 1º de novembro, e contratos agendados até 30 de outubro seguirão as regras anteriores.

Perspectivas futuras

Brasiliano afirmou que a Caixa pretende utilizar completamente o orçamento de R$ 75 bilhões para crédito imobiliário em 2024, mas não especificou se haverá um adicional. Ele também mencionou que, embora seja possível aumentar os recursos disponíveis para o SBPE, isso poderia resultar em taxas de juros mais altas, o que não é uma prioridade no momento.

A demanda por crédito imobiliário continua a crescer, e a Caixa, que já controla cerca de 70% do mercado, enfrenta desafios para atender a essa demanda crescente. A expectativa é que as novas regras ajudem a distribuir melhor os recursos restantes, permitindo que mais clientes tenham acesso ao financiamento da casa própria.