O Bradesco anunciou a criação de um novo cargo híbrido, o Gerente de Negócios e Serviços (GNS I e II), que substituirá as funções de gerente assistente e supervisor administrativo. A mudança, que ocorrerá em duas fases, gerou reações negativas de sindicatos, que criticam a falta de melhorias nas condições de trabalho e o acúmulo de tarefas para os funcionários.

Detalhes da nova estrutura

O novo cargo de Gerente de Negócios e Serviços (GNS I e II) foi criado para alinhar a estrutura de cargos do Bradesco às práticas do mercado. A função será híbrida, combinando tarefas administrativas com foco na ampliação de negócios. O banco garante que não haverá cobrança de metas de vendas, mas a mudança levanta preocupações sobre a carga de trabalho dos funcionários.

Os trabalhadores afetados pela reestruturação passarão por treinamento na Unibrad, visando a adaptação às novas responsabilidades. A expectativa do banco é que essa transição não resulte em demissões, conforme declarado por Erica de Oliveira, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE).

Reações dos sindicatos

Os sindicatos, no entanto, expressaram descontentamento com a decisão do Bradesco. Leuver Ludolff, diretor do Sindicato dos Bancários e Financiários do Rio de Janeiro, criticou a criação do novo cargo, afirmando que isso representa um acúmulo de tarefas sem a devida valorização do trabalho dos bancários. Ele destacou que, apesar dos lucros, a situação dos funcionários não melhorou, resultando em um ambiente de trabalho mais estressante e insustentável.

Além disso, o Sindicato dos Bancários de Itabuna e Região denunciou que, apesar do crescimento no número de clientes, o Bradesco fechou 390 agências e demitiu milhares de funcionários, aumentando a carga de trabalho dos que permaneceram. A relação de clientes por trabalhador subiu significativamente, intensificando a pressão sobre os funcionários remanescentes.

O futuro dos funcionários

A criação do novo cargo e as reestruturações em curso no Bradesco levantam questões sobre o futuro dos funcionários. Com a pressão para aumentar a eficiência e a produtividade, muitos temem que a situação possa piorar, levando a mais demissões e um ambiente de trabalho ainda mais desafiador.

Os sindicatos prometem monitorar de perto as mudanças e garantir que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados. A expectativa é que o Bradesco, mesmo diante das transformações, mantenha um compromisso com a qualidade do emprego e o bem-estar de seus funcionários, especialmente após um ano de lucros significativos.

A situação continua a evoluir, e os sindicatos estão prontos para agir em defesa dos direitos dos trabalhadores, buscando garantir que as mudanças não resultem em mais exploração e precarização do trabalho no setor bancário.