O Itaú Unibanco entrou com uma ação judicial contra seu ex-diretor financeiro, Alexsandro Broedel, alegando que ele teria embolsado cerca de R$ 4,86 milhões de um total de R$ 13,2 milhões pagos a serviços de consultoria entre 2019 e 2024. O banco pede uma indenização de R$ 3,35 milhões, alegando que Broedel não revelou sua relação de sociedade com o consultor Eliseu Martins, o que configuraria um grave conflito de interesses.
O caso em detalhes
O Itaú Unibanco protocolou uma ação na Justiça de São Paulo contra Alexsandro Broedel, ex-CFO do banco, e Eliseu Martins, um renomado professor de contabilidade. A ação, datada de 30 de janeiro de 2025, alega que Broedel teria se beneficiado indevidamente de contratos de consultoria aprovados por ele mesmo, sem declarar sua relação de sociedade com Martins.
De acordo com o banco, entre 2019 e 2024, foram pagos R$ 13,2 milhões à empresa Care Consultores, de Martins, dos quais Broedel teria embolsado aproximadamente R$ 4,86 milhões. O Itaú argumenta que Broedel recebeu cerca de 40% dos valores pagos, o que caracteriza um esquema de fraude.
Conflito de interesses
A defesa do Itaú afirma que Broedel violou o Código de Ética e Conduta da instituição, que proíbe que executivos contratem prestadores de serviços com os quais tenham relações de sociedade. Broedel e Martins são sócios na Broedel Consultores, onde Broedel detém 80% das ações.
A ação judicial destaca que Broedel utilizou sua posição para aprovar contratações de Martins, que, por sua vez, repassava parte dos pagamentos a Broedel. Essa estrutura, segundo o Itaú, foi deliberadamente criada para ocultar a fraude.
Repercussões e defesa
Após a saída de Broedel do Itaú, em julho de 2024, o banco iniciou uma revisão de seus controles internos, que levou à descoberta das supostas irregularidades. Broedel, que já havia aceitado um cargo no Santander, teve sua nomeação suspensa devido às acusações.
Em resposta às alegações, Broedel classificou as acusações como infundadas e afirmou que sempre atuou de forma ética durante seus 12 anos no Itaú. Ele também destacou que os serviços prestados por Martins eram de conhecimento do banco e que as acusações surgiram apenas após sua saída.
O que vem a seguir?
O caso agora segue na Justiça, e a defesa de Broedel ainda não se manifestou publicamente sobre as acusações. O Itaú, por sua vez, reafirma seu compromisso com a governança corporativa e a transparência em suas operações, buscando a devolução dos valores supostamente pagos de forma indevida.