O Banco do Brasil anunciou a manutenção da suspensão do programa de empréstimos consignados para beneficiários do INSS, mesmo após a recente elevação do teto de juros. A decisão, que se estende desde dezembro de 2024, visa garantir a viabilidade financeira da instituição em um cenário de alta da taxa Selic.

Principais pontos

  • O teto de juros do consignado do INSS foi elevado de 1,66% para 1,80% ao mês.
  • A suspensão se aplica apenas a contratações via correspondentes bancários.
  • O crédito consignado ainda está disponível através do aplicativo do Banco do Brasil, terminais de autoatendimento e agências.
  • A decisão foi influenciada pelo aumento da taxa Selic, que atualmente está em 12,25% ao ano.

Contexto da suspensão

Em 9 de janeiro de 2025, o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) aprovou um aumento no teto de juros para empréstimos consignados do INSS, passando de 1,66% para 1,80% ao mês. Apesar dessa mudança, o Banco do Brasil decidiu manter a suspensão das contratações por meio de correspondentes bancários, uma medida que já havia sido implementada em dezembro de 2024.

A justificativa para essa suspensão é a inviabilidade financeira da modalidade, especialmente após o Comitê de Política Monetária (Copom) ter elevado a taxa Selic. A alta dos juros torna o crédito consignado menos atrativo para os bancos, que enfrentam dificuldades em oferecer condições favoráveis aos aposentados e pensionistas.

Disponibilidade do crédito

Embora a suspensão afete as contratações via correspondentes, o Banco do Brasil assegura que o crédito consignado do INSS continua disponível para os clientes que desejam contratar diretamente. Os beneficiários podem acessar o serviço através do aplicativo do banco, em terminais de autoatendimento ou em qualquer agência.

Reações do setor bancário

A decisão do Banco do Brasil gerou reações no setor bancário. Em reuniões anteriores, instituições financeiras já haviam expressado preocupações sobre a redução das taxas de juros para o consignado do INSS, argumentando que os novos limites não cobrem adequadamente os custos operacionais. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e a Associação Brasileira dos Bancos destacaram que a elevação do teto para 1,80% ao mês ainda é insuficiente para garantir a oferta de crédito a um público que já enfrenta dificuldades financeiras.

Conclusão

A suspensão do programa de empréstimos consignados do INSS pelo Banco do Brasil reflete um cenário desafiador para os beneficiários, que agora têm opções limitadas para acessar crédito. A medida, embora justificada pela necessidade de viabilidade financeira, levanta questões sobre o acesso ao crédito para aposentados e pensionistas em um momento de alta de juros e inflação.