O Banco Pan iniciou o ano de 2025 com uma onda de demissões, afetando mais de 100 trabalhadores em apenas nove dias. A maioria dos desligamentos ocorreu entre consultores e gerentes de conta, especialmente na área de crédito consignado. O Sindicato dos Bancários de São Paulo organizou protestos em resposta a essas demissões, questionando a justificativa do banco e propondo alternativas para a realocação dos funcionários.

Principais pontos

  • Mais de 100 demissões em nove dias no Banco Pan.
  • Protestos do Sindicato dos Bancários em várias localidades.
  • Justificativa do banco relacionada a mudanças nas regras de crédito consignado.
  • Propostas do sindicato para reduzir a rotatividade e melhorar as condições dos trabalhadores.

Contexto das demissões

As demissões no Banco Pan foram justificadas pela instituição como uma resposta às novas regras do governo federal para o crédito consignado. No entanto, o Sindicato dos Bancários de São Paulo argumenta que, apesar das mudanças, o banco tem apresentado lucros crescentes, o que levanta questões sobre a necessidade de cortes de pessoal.

Lucimara Malaquias, secretária-geral do Sindicato, criticou a gestão do banco, afirmando que a rotatividade de funcionários se tornou uma prática comum, especialmente no início do ano. “O ambiente de trabalho se torna tóxico e adoecedor, pois os trabalhadores vivem sob constante insegurança”, disse ela.

Propostas do Sindicato

Em resposta às demissões, o Sindicato dos Bancários apresentou uma série de propostas ao Banco Pan:

  • Reduzir a rotatividade de funcionários.
  • Oferecer um salário e uma cesta-alimentação adicionais aos trabalhadores demitidos.
  • Realocar o maior número possível de funcionários para outras áreas.
  • Estabelecer uma Comissão de Conciliação Voluntária (CCV) para facilitar as negociações.

O banco concordou em pagar uma cesta-alimentação extra, mas não se comprometeu a realocar os trabalhadores ou a pagar um salário adicional, o que o sindicato considera essencial para mitigar o impacto das demissões.

Reações dos trabalhadores

Os protestos realizados pelo Sindicato revelaram um clima de desolação entre os trabalhadores demitidos. Muitos saíram do prédio em lágrimas, especialmente na unidade do Edifício Burity, onde o número de desligamentos foi maior. Para aqueles que permaneceram no banco, a incerteza sobre suas próprias posições gerou um ambiente de desespero.

“O Banco Pan é uma instituição respeitável e tem mostrado bons resultados, mas isso não se reflete em sua política de recursos humanos”, afirmou Lucimara. Ela destacou que a constante troca de funcionários pode afetar a qualidade do atendimento ao cliente.

Necessidade de uma política mais humanizada

O Sindicato enfatizou a urgência de uma política de recursos humanos mais consolidada e humanizada no Banco Pan. A entidade acredita que a gestão deve adotar uma abordagem mais previsível e planejada em relação a contratações e demissões, evitando a instabilidade que afeta tanto os trabalhadores quanto a operação do banco.

“As mudanças nas regras do consignado não justificam demissões em massa. O argumento do banco é frágil e não se sustenta”, concluiu Lucimara Malaquias. O Sindicato continua a apoiar os trabalhadores demitidos e busca garantir que seus direitos sejam respeitados durante esse período difícil.