Um juiz do Rio de Janeiro determinou que o Banco do Brasil pague R$ 30 mil a um idoso que foi vítima de um golpe financeiro que resultou em perdas superiores a R$ 1,2 milhão. O caso destaca a vulnerabilidade de clientes idosos em relação a fraudes bancárias e a responsabilidade das instituições financeiras em proteger seus clientes.
Principais pontos
- O idoso foi enganado por golpistas que se passaram por funcionários do banco.
- O golpe começou com um SMS falso oferecendo conversão de pontos em dinheiro.
- O juiz considerou que o banco falhou em proteger os dados do cliente.
- A indenização foi fixada em R$ 30 mil por danos morais.
O golpe e suas consequências
O golpe teve início quando o idoso recebeu um SMS que prometia a troca de pontos acumulados por dinheiro. Ao clicar no link, ele começou a receber ligações de um suposto gerente do banco, que usou um número idêntico ao do verdadeiro gerente do cliente. Sob o pretexto de investigar movimentações suspeitas, o golpista convenceu o idoso a realizar transferências significativas e a contratar um empréstimo de R$ 52 mil.
O total das perdas chegou a R$ 1,2 milhão, incluindo o valor do empréstimo, que, com juros e encargos, resultaria em um prejuízo total de R$ 143 mil.
A decisão judicial
Após o golpe, o idoso procurou o Banco do Brasil para relatar o ocorrido e questionar sobre a devolução do dinheiro. O gerente, por telefone, negou ter orientado o cliente a realizar as transferências. O banco alegou que o idoso agiu por sua própria vontade e que não houve falha em seu sistema de segurança.
No entanto, o juiz Marcelo Nobre de Almeida, da 7ª Vara Cível da Barra da Tijuca, decidiu que o banco deveria indenizar o idoso em R$ 30 mil por danos morais. O magistrado destacou que, embora não houvesse má-fé por parte do banco, a instituição tinha um dever maior de cuidado, especialmente considerando que a vítima era uma pessoa idosa e vulnerável.
Responsabilidade do banco
O juiz enfatizou que o Banco do Brasil deveria ter adotado medidas mais eficazes para proteger o cliente, especialmente após ele ter informado sobre o golpe e registrado uma ocorrência policial. A decisão também incluiu a nulidade das operações fraudulentas e a proibição de descontos na conta do idoso relacionados ao empréstimo.
Reação do Banco do Brasil
Em resposta à decisão, o Banco do Brasil não comentou diretamente sobre o caso, alegando que a questão está judicializada. No entanto, a instituição afirmou que investe em ações de conscientização sobre golpes financeiros e em tecnologia para mitigar riscos. O banco também destacou que notifica seus clientes sobre movimentações em suas contas, ajudando a identificar rapidamente qualquer atividade suspeita.
Este caso serve como um alerta sobre a importância de proteger os clientes, especialmente os mais vulneráveis, e a necessidade de instituições financeiras adotarem práticas mais rigorosas para prevenir fraudes.