A Caixa Econômica Federal enfrenta uma situação crítica no financiamento habitacional, com uma fila de espera que acumula R$ 20 bilhões em contratos pré-aprovados. No entanto, a instituição possui apenas R$ 3 bilhões disponíveis para atender essa demanda até o final de 2024. Essa discrepância entre a oferta e a demanda levou o banco a adotar novas regras de financiamento e prorrogar a validade dos contratos em espera.
Principais pontos
- A fila de espera para financiamento habitacional na Caixa chega a R$ 20 bilhões.
- Apenas R$ 3 bilhões estão disponíveis para novos contratos até o final de 2024.
- A Caixa prorrogou a validade dos contratos pré-aprovados até fevereiro e março de 2025.
- Novas regras de financiamento aumentam o valor de entrada exigido dos compradores.
- A instituição busca alternativas para captar recursos e atender à demanda crescente.
Situação atual do financiamento habitacional
A Caixa, que representa quase 70% do mercado de financiamento habitacional no Brasil, está lidando com uma alta demanda por crédito imobiliário. A escassez de recursos é resultado de um aumento significativo nos saques da caderneta de poupança, que é a principal fonte de financiamento para esses contratos.
Para mitigar os impactos sobre os clientes, a Caixa decidiu prorrogar a validade dos contratos pré-aprovados, permitindo que os interessados tenham mais tempo para concretizar suas operações. Essa prorrogação se estende até fevereiro e março de 2025, conforme declarado pela vice-presidente de Habitação da Caixa, Inês da Silva Magalhães.
Novas regras de financiamento
A partir de novembro, a Caixa implementou novas regras que endurecem as condições de financiamento. As principais mudanças incluem:
- Aumento do valor de entrada
- Limitação de financiamentos
Essas mudanças visam proteger a instituição em um cenário de recursos limitados e garantir que os contratos pré-aprovados possam ser honrados.
Alternativas de captação de recursos
Diante da escassez de recursos, a Caixa está explorando alternativas para aumentar sua capacidade de financiamento. Entre as propostas estão:
- Redução do depósito compulsório: A Caixa defende uma diminuição de 5% no depósito compulsório, o que poderia liberar mais recursos para o financiamento habitacional sem impactar a inflação.
- Atração de investidores institucionais: A instituição busca criar papéis incentivados para atrair fundos de pensão e outros investidores para o setor habitacional.
Expectativas para o futuro
Apesar dos desafios atuais, a Caixa espera manter o crescimento da carteira de habitação em 2025, com a execução total dos recursos destinados à habitação social garantida. O lucro líquido da instituição no terceiro trimestre de 2024 foi de R$ 3,3 bilhões, refletindo um crescimento em relação ao ano anterior.
A busca por novas formas de captação de recursos e a adaptação às novas condições de mercado são essenciais para garantir o acesso à casa própria para a população brasileira, especialmente em um momento de alta demanda e recursos limitados.