O Banco do Brasil (BB) divulgou seus resultados financeiros do terceiro trimestre de 2024, revelando um cenário desafiador que impactou negativamente suas ações. Apesar de um lucro ajustado em linha com as expectativas, a deterioração na qualidade dos ativos e o aumento das provisões para perdas com empréstimos geraram preocupações entre investidores e analistas.
Principais pontos
- Ações do Banco do Brasil (BBAS3) caíram mais de 2% após a divulgação dos resultados.
- Lucro ajustado do terceiro trimestre foi de aproximadamente R$9,5 bilhões.
- Aumento significativo nas provisões para perdas com empréstimos, especialmente no setor agrícola.
- Inadimplência atingiu 3,3%, acima do trimestre anterior e do mesmo período do ano passado.
- Expectativas de lucro para o ano foram mantidas entre R$37 bilhões e R$40 bilhões.
Resultados financeiros do Banco do Brasil
O Banco do Brasil encerrou a temporada de balanços do terceiro trimestre com resultados que não agradaram ao mercado. O lucro ajustado foi de R$9,5 bilhões, alinhado com as projeções, mas a qualidade do lucro foi considerada preocupante. As ações do banco fecharam em queda de 2,24%, cotadas a R$25,37, enquanto o Ibovespa subiu 0,05%.
O vice-presidente financeiro, Geovanne Tobias, reafirmou que o banco está comprometido em cumprir o guidance de lucro para o ano, que varia entre R$37 bilhões e R$40 bilhões. Nos primeiros nove meses de 2024, o lucro acumulado foi de R$28,3 bilhões, indicando que o banco precisaria gerar R$10,2 bilhões no último trimestre para atingir o meio do guidance.
Aumento das provisões e inadimplência
Um dos principais fatores que impactaram os resultados foi o aumento das provisões para devedores duvidosos, que foram revisadas para a faixa de R$34 bilhões a R$37 bilhões. No terceiro trimestre, o banco registrou um gasto de R$10 bilhões em provisões, acumulando R$26,4 bilhões em nove meses.
A inadimplência também apresentou um aumento significativo, atingindo 3,3%, o que representa um crescimento em relação ao trimestre anterior (3,0%) e ao mesmo período de 2023 (2,81%). Essa deterioração na qualidade dos ativos, especialmente no setor agrícola, levou a uma revisão das expectativas de lucro e a uma maior cautela por parte dos investidores.
Reações do mercado e perspectivas futuras
As reações do mercado foram imediatas, com analistas expressando preocupações sobre a deterioração da qualidade dos ativos do Banco do Brasil. A análise do BTG Pactual destacou que, embora o crescimento do lucro tenha sido positivo, a deterioração na qualidade dos ativos é alarmante. A recomendação para as ações BBAS3 permanece como “compra”, mas com um alerta sobre a necessidade de monitorar a situação do agronegócio.
Os analistas do JP Morgan e do Goldman Sachs também expressaram opiniões semelhantes, considerando que, apesar das expectativas baixas, os resultados foram mais fracos do que o esperado. A expectativa é que, com a melhora das condições climáticas em 2025, o setor agrícola possa se recuperar, o que poderia beneficiar o Banco do Brasil.
Em resumo, o Banco do Brasil enfrenta um cenário desafiador, com a necessidade de aumentar as provisões e lidar com a inadimplência crescente. As expectativas para o futuro permanecem cautelosas, mas há esperança de recuperação no setor agrícola, que pode trazer alívio para a instituição financeira.