A CMPC Brasil e o Banco Santander se reuniram na última quinta-feira (31) para discutir suas visões e ações em governança na gestão sustentável, durante o evento “Café da manhã Diálogos Sustentáveis”, realizado na Associação Leopoldina Juvenil. O encontro, promovido pelo Instituto Latino Americano de Desenvolvimento Econômico Sustentável (Ilades), contou com a presença de Esther Unzueta Dominguez, head de finanças sustentáveis do Banco Santander, e Antonio Lacerda, diretor-geral da CMPC Brasil.

Principais pontos abordados

  • Necessidades do mercado: Esther Unzueta destacou a importância de entender as necessidades das empresas e do poder público para desenvolver soluções eficazes.
  • Desafios climáticos: A executiva mencionou que novos riscos, especialmente os climáticos, estão surgindo, exigindo produtos e serviços adaptados.
  • Expansão da CMPC: Antonio Lacerda apresentou os planos de expansão da CMPC no Brasil, incluindo investimentos significativos em infraestrutura e sustentabilidade.
  • Compromisso com a sustentabilidade: A CMPC se comprometeu a operar com “zero resíduos” e a utilizar matéria-prima de florestas certificadas.

O evento enfatizou a crescente demanda por soluções sustentáveis e a necessidade de colaboração entre o setor privado e as instituições financeiras. Esther Unzueta ressaltou que muitas empresas ainda não têm clareza sobre suas necessidades, o que pode dificultar a implementação de soluções adequadas. Para atender a essa demanda, o Banco Santander criou equipes especializadas que buscam entender e resolver as complexidades enfrentadas pelas empresas.

Antonio Lacerda, por sua vez, destacou que a CMPC Brasil, parte de um grupo chileno presente em 12 países, está investindo R$ 24 bilhões na construção de uma nova planta de celulose em Barra do Ribeiro, no Rio Grande do Sul. Este investimento é um dos maiores do estado e visa não apenas a expansão da produção, mas também o desenvolvimento sustentável.

Investimentos e impactos

  • Novo terminal em Rio Grande: Investimento de R$ 800 milhões, gerando 1.400 empregos.
  • Acesso ao porto em Pelotas: Melhoria na logística para o transporte de madeira, com a construção de uma alça de acesso.
  • Ligação direta da BR-116: Facilitação do transporte e acesso à Fazenda Barba Negra.

A nova planta de celulose em Barra do Ribeiro terá como meta a geração de “zero resíduos” e utilizará matéria-prima de florestas com certificação de produção renovável. A CMPC precisará de 180 mil hectares para sua nova unidade, com capacidade de produção de até 2,5 milhões de toneladas de celulose por ano. A empresa já possui 100 mil hectares e planeja agregar mais 80 mil hectares nos próximos três anos, através de parcerias com produtores rurais na Metade Sul do estado.

Além disso, a CMPC está implementando o Projeto Natureza, que inclui a criação do Parque Ecológico Barba Negra, um espaço destinado à preservação ambiental e à promoção do turismo sustentável. O parque será aberto à visitação e servirá como um centro de estudos sobre a biodiversidade local.

O evento foi um marco importante para discutir a intersecção entre finanças e sustentabilidade, destacando a necessidade de um compromisso conjunto entre empresas e instituições financeiras para enfrentar os desafios ambientais e sociais atuais.