O Santander divulgou sua nova carteira recomendada de dividendos para outubro, destacando as ações do Banco do Brasil (BBAS3) como as mais baratas do setor bancário. A recomendação de compra vem acompanhada de um preço-alvo de R$ 42,50, refletindo uma visão positiva sobre a instituição, apesar de não ser a principal escolha do banco.

Principais pontos

  • Ações do Banco do Brasil (BBAS3) são consideradas as mais baratas do setor bancário.
  • Preço-alvo estabelecido em R$ 42,50.
  • A recomendação é baseada em fatores como presença física ampla e carteira de crédito focada no agronegócio.
  • O múltiplo P/VPA do BB é de 0,76x, abaixo do período crítico de 2015-16.
  • Expectativa de crescimento de lucro por ação de 11% ao ano para 2024.

Análise do Santander

O relatório do Santander destaca que, apesar do Banco do Brasil não ser a principal escolha no setor, a instituição possui características que a tornam atraente para investidores. Entre os fatores mencionados estão:

  • Ampla presença física: O Banco do Brasil possui uma extensa rede de agências, o que facilita o acesso aos seus serviços.
  • Carteira de crédito lastreada em agronegócio: A instituição tem uma forte atuação no setor agrícola, que é um dos pilares da economia brasileira.
  • Estrutura de captação mais barata: O banco se beneficia de custos de captação mais baixos, o que pode aumentar sua rentabilidade.
  • Gestão de fundos do setor público: O BB é o principal banco do governo para operações de grande porte, o que lhe confere uma posição privilegiada no mercado.

Desempenho financeiro

O Banco do Brasil está atualmente negociando a um múltiplo P/VPA de 0,76x, o que é considerado baixo em comparação com o período de 2015-16, quando o ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido) foi de 7,5%. No segundo trimestre de 2024, o ROE do BB foi de 21,6%, indicando uma recuperação significativa.

Os analistas do Santander acreditam que o banco conseguiu fechar o gap de rentabilidade em relação aos seus pares privados entre 2022 e 2023. Além disso, mesmo em um cenário macroeconômico adverso, o Banco do Brasil está em uma posição favorável devido à sua exposição ao agronegócio, que tem sustentado o PIB brasileiro nas últimas décadas.

Riscos e desafios

Apesar das perspectivas positivas, o Santander também aponta alguns riscos que podem impactar o desempenho do Banco do Brasil:

  • Endividamento das famílias: O elevado nível de endividamento pode afetar o crescimento do crédito e, consequentemente, o volume de negócios do banco.
  • Cenário macroeconômico: Uma deterioração significativa do cenário econômico pode levar a um aumento nas taxas de inadimplência, superando as expectativas de retorno aos níveis pré-COVID.
  • Concorrência das fintechs: O crescimento das fintechs pode impactar a concessão de crédito, afetando a competitividade do Banco do Brasil.

Com uma análise detalhada e uma recomendação de compra, o Santander posiciona o Banco do Brasil como uma opção atraente para investidores que buscam ações com potencial de valorização no setor bancário. A combinação de uma estrutura sólida, uma carteira de crédito diversificada e uma gestão eficiente coloca o BB em uma posição vantajosa, mesmo diante de desafios econômicos.